novembro 24, 2013

Você é fácil de explicar.

Você gosta tanto dos seus livros de ficção, mas não utiliza nem um minuto vivendo. Você passa os dias correndo os olhos pelas páginas, mas não para um segundo para escrever tua própria história. Quero dizer que o fato de você abrir os olhos todos os dias não te faz um vivente, só significa que você gasta oxigênio – muito embora, atoa. Não arrisca e não petisca. Não se molha, pois não deixa que a chuva toque-o. Acha que “tanto faz”, que “pode ser” ou que “talvez”. Será que você poderia dar certo como, hm, engenheiro? Você não sabe, não tenta. Apenas segue à risca a teoria insuficiente e atual capitalista que dita às escuras. Será que poderia ter uma boa história para contar aos seus filhos? Você não sabe, você não faz história (e eu não penso que seja emocionante o bastante contar que nasceu, estudou, trabalhou, reproduziu e, seguindo o rumo, logo morrerá). Você nunca escuta sua música preferida no volume mais alto ou, sequer, no mais baixo ('cê tem música preferida?). Você é aquele eterno café esquecido por estar morno. Qual ser humano valoriza um dia muito bom, sem nunca ter tido um muito ruim? A propósito, você não tem ambos. És a fruta nem um pouco suculenta; comida para não ir ao lixo, ou depositada no lixo para não ser comida. És o labirinto cuja saída é rápida e simplória demais. Seja mais, faça mais. Por você. Seja uma história boa de ler mas, principalmente, de contar.  

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