Eu nunca fui dessas que se declarava a todo instante, que
ficava tentando demonstrar os sentimentos de todas as formas possíveis. Sempre
achei isso o maior dos clichês e sempre prometi para mim mesma que jamais o
faria.
Mas sabe quando você conhece alguém que te faz entender que
a liberdade não é estar sozinho, e sim com alguém que te dê asas? Ou aquela
pessoa que te faz ver o mundo com outras cores? É como se você tivesse
modificado o contraste, o brilho, a nitidez do meu mundo.
Sabe quando você quer sentir a textura de cada fio de cabelo
da pessoa, entrelaçando seus dedos até adormecer, sentir o doce aroma da pele
daquele alguém grudado na tua pele?
Você não é comum. Você não é bonzinho. Você não faz tudo
certo sempre. Você nem ao menos se esforça pra me deixar feliz. Na verdade,
acho que o que me atrai é o mistério de tudo isso, porque eu simplesmente não
vejo motivo algum para continuar com esse sentimento e mesmo assim, todos os
dias eu te desejo por perto.
Você não gosta das mesmas coisas que eu, você tampouco finge
gostar. Você sente prazer em criticar o que não te agrada, você adora me tirar
do sério.
Sabe o pior de tudo isso? É que eu jurei a mim mesma que eu
não escreveria sobre você, que você jamais seria transformado em palavras. Sempre
considerei meus textos como elogios que você não merecia ganhar. Mas quando
começo a escrever, instantaneamente me vem você no pensamento e sem me dar
conta, você já virou um monte de palavras.
Você é meu riso fácil, meu descontrole, minha desordem mental.
Você destruiu os freios da sanidade e me fez dirigir em curvas perigosas. Você
pisou no acelerador e me jogou duma ponte sem paraquedas. Você destruiu minha
razão, me tomou nos braços e me levou para um mundo que eu não conhecia. Você
confunde, desconfia, bagunça, some, aparece, ama, não sabe, quer, não sabe
mais, tem vontade, faz perder a calma, você roubou a minha alma.
E eu te digo, eu te nego, eu te suplico que acredite. Este
texto não é sobre você.
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