março 26, 2014

Lá se vai...

Eu sempre acredito ter sido mais forte ou diferente desta vez, mas não: foi a mesma estória de sempre. A mesma sensação boa cada vez que falava qualquer assunto estúpido com ele, os mesmos planos criados na minha cabeça de um futuro relacionamento sério, a mesma conversa extrovertida com a melhor amiga sobre o quão ele me fazia bem, o mesmo blábláblá... E ah, convenhamos, no final é tudo blábláblá mesmo. Pena que o coração não sente assim, como uma coisa tão monótona. É fácil falar que foi fácil, que será fácil. Mas não, só eu sei o quão me decepcionei, o quão preferia nem ter o conhecido. Nessa hora, conselhos confortam mas não cicatrizam a dor. Poxa, eu me entreguei; contava todas as vezes que brigava com a minha mãe, desabafava sobre amigas falsas e interesseiras, disse o que não me agradava sobre a vida e o mundo, contei de minhas outras  várias desilusões e te ouvi, também... Confiei. Confiei meu coração para uma pessoa que o descartou como se fosse um CD ruim, riscado e estragado com o tempo. Não há culpados e não há quem culpar, de fato,  mas a sensação de culpa está sempre presente nas desilusões amorosas, é regra: um pouco me culpo, um pouco culpo a ele...  A fase da culpa é sempre a mais dolorida; distribuo palavões pelo ar, como se fossem chegar até os ouvidos dele. Bem, se as palavras pudessem ser transportadas pelo ar, ele saberia o quão eu o amava e não teria sido tão desleixado com as palavras que me disse. É, você me perdeu. É, eu te perdi. A verdade é que nunca soube quem se perdeu de quem - e agora acho que nunca saberei.  Talvez ou dois... Talvez nenhum.  

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