agosto 05, 2013

Conto corriqueiro.

'The world is full of empty people.'

          Entrando em uma festa de debutante, logo de cara algo me chama atenção. Uma senhora vestida de vermelho dos pés à cabeça; sapato, vestido, acessórios... Até aí, quase tudo bem. O que me deixou de queixo caído  é que a senhora usava maquiagem vermelha também, coisa que eu nunca que tinha visto na minha vida. Eu tenho um lema que é: use o que faz você sentir-se bem. Sabe, quem sou eu para julgar a tal senhora, mas estava na cara que ela não se sentia à vontade vestindo aquilo - que era quase um uniforme do Internacional. Me atrevi a sentar ao lado dela e elogiar o sapato, que realmente era muito bonito.
- Que bom que gostou.
Disse ela em tom de desanimo.
- E por que a senhora não está ali, dançando?
- O vestido e o sapato apertam. Tinha comprado um vestido novo, lindo, mas minha filha disse que não ficava bem e que no outro dia toda a cidade estaria comentando sobre as minhas celulites, e agora nem posso me mexer. E essa maquiagem? Parece que me deram tapas no olho antes de vir pra cá.
x da questão é: até que ponto dá para deixar de fazer ou usar o que se gosta para manter as aparências e polir a popularidade? Será que, o que está por baixo do vestido caro e do sapato combinando, não valem mais? Ah, claro, mas na hora de reclamar do Brasil, tem rios de pessoas dispostos (provavelmente os mesmos que perdem tempo cuidando da celulite alheia). Não é fazer tempestade em copo d'água ou misturar assuntos, é dar mais prestígio ao caráter do que à parte inferior do corpo ou, melhor, ao interior da conta bancária. Sobre a celulite: que cada um cuide da(s) sua(s), por favor!

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