Tá tudo tão complicado, nos comportamos como dois estranhos.
Não sei dizer que tipo de relação é a nossa, só sei que é bem diferente de
qualquer outra que eu conheça. Me diz por que então sinto um aperto no peito,
como se estivéssemos próximos do fim? Nos gostamos tanto, eu tenho certeza
disso, mas somos tão opostos. Eu olho pra você e vejo uma dor nos seus olhos
que não consigo descrever, uma dor de adeus, como se soubesse que não temos
muito tempo juntos.
Você diz que eu mudei, que olha pra mim e não reconhece mais
a pessoa pela qual se apaixonou. Isso machuca sabia? Todas essas palavras são
como agulhas, colocadas uma a uma sobre minha pele, sangrando, perfurando,
machucando.
Nos comportamos como se não nos conhecêssemos, mas quando
pouso minha cabeça no seu peito sinto como se nossa alma fosse uma só, como se
nossos corpos estivessem interligados. Então me explica o que está acontecendo,
me diga que tudo isso vai passar, que ainda veremos o pôr do sol, que ainda me
levará para ver as estrelas.
Estou caindo de um precipício todos os dias, você está me
segurando com suas mãos, mas sinto como se estivessem deslizando, como se a
queda fosse inevitável. Eu só queria entender, como se pode amar alguém dessa
forma, sabendo que não temos mais tanto tempo juntos e mesmo assim não ter
coragem para dar o primeiro passo até o fim de tudo.
Só quero que saiba
que eu não desejei tudo isso, que desde o primeiro toque dos teus lábios nos
meus eu sabia que tínhamos nascido um para o outro. Mas o tempo passou e olha
como tudo está agora, tão distante. Perdoe-me mas não tenho mais forças para
lutar contra isso, só o tempo dirá o que vai acontecer conosco e quero que
saiba, no meio dessa guerra toda, no meio dos escombros, meu amor ainda
sobrevive.
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