dezembro 22, 2012

Adeus.

          Eu realmente prefiro minhas musicas à você; elas não fazem comentários infelizes,  elas não são babacas, elas sabem lidar com as palavras e elas com certeza me reconheceriam na frente dos amigos. E você ainda insiste em dizer que tenho mal gosto musical; é  perceptível que não queres meu bem.  Mas então eu te amava e tu fazias tudo errado; fazias de mim o que bem entendia. Até certo ponto. Você deveria ter desconfiado que eu não seria tão ingenua assim. Todo aquele delicioso afago que sentia por ti, toda aquela sensação "coração na boca", foi sugado. Lembro-me bem das noites estreladas: só eu, o chimarrão e o cheiro marcante da nicotina barata (sim, eu fumo, mas aposto que você nem desconfiava. Você nem ao menos sabe qual é a profissão que tanto almejo -coisa que eu conto para qualquer desconhecido, mas você nunca quis saber -, mas é muito provável que tu saibas quantos pássaros sobrevoaram o céu hoje). Os cigarros foram uma afável companhia enquanto você me lançava meias palavras. Palavras que transmitiam interesse e desprezo, mas nunca segurança. Conforme teu amor é bruscamente sugado de mim, arrepio-me ao entender que está tudo sendo jogado às traças, às línguas ferinas. Pena: se soubesses que estas seriam as palavras do nosso permanente adeus, teria caprichado mais - ou não - nos teus dizeres. Espero que tenha ficado subentendido eu ter dito que não queria mais falar contigo (doeu, sabia? Eu nunca tinha dito estas palavras à ninguém). É, o brinquedo quebrou. Se você der sorte, encontra o papai noel por aí, escreve uma cartinha e pede outro; só espero que ele desconsidere teus inestimáveis erros de português.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário