setembro 04, 2013

Terça-feira.

          Aqui estou eu. Lendo um livro qualquer, ouvindo músicas antigas na tentativa falha de não lembrar-me de ti. Mas como mencionei ,falhas, tentativas falhas. Você parece gostar de vagar pelos meus pensamentos insanos toda vez que volto a essa cidade. O ar, o cheiro, o clima, me remetem a quando você vinha escondido na minha casa para conversarmos, nos amarmos, sermos nós mesmos longe de toda essa vida hipócrita lá fora. Uma vida que te pertence agora, e não precisa mais negar, eu já soube.
Você conheceu novas pessoas não é mesmo? Por isso parou de retornar minhas ligações, você conheceu uma menina diferente, mais despojada, mais ousada. Isso me soa meio ridículo, vindo de você que odiava esse tipo de garota. Eu era o seu tipo de garota.
Eu insisti tanto, tentei manter contato, mas você parece não pertencer mais a esse mundo de dramas, whiskys, cafés mornos, e sentimentalismo barato em que vivo. Me desculpe, eu não resisti e precisei te excluir de todas as redes sociais. Não foi por raiva, não foi rancor, não foi nada. Só foi por tudo, por toda a dor que ainda sinto ao saber que não posso mais te chamar de meu, por ainda me torturar ouvindo musicas que eu sei que ainda são nossas, por ficar assistindo aquele seriado que olhávamos juntos... eu me torturo e me odeio por isso.
          Mas pode ir, eu aprendi nesse tempo todo, que você nunca me pertenceu, que não importa o que eu diga, quantas vezes eu diga que preciso de você, você não ficará. Entao vai, viva sua nova vida, com sua nova personalidade, com tudo novo que você criou pra fazer parecer que eu nunca fiz parte de você. Pode ir, eu vou tentar não me importar.
Eu ainda vou chorar muito ao lembrar de você – e acredite, isso acontece muito- mas não importa, você não se importa. Eu ainda vou ouvir nossas musicas, olhar nossas fotos, ver nosso seriado, sentir o seu cheiro em todo e qualquer maldito casaco que eu tenha guardado. Eu ainda vou passar na rua da tua casa e olhar pro pátio dela, lembrando de como aquele lugar era bastante frequentado por mim. Eu ainda terei insônia por pensar em ti, ainda terei que tomar meus remédios, fumar meus cigarros, beber meus whiskys baratos... Eu ainda vou lembrar de você como alguém que me fez bem, que cuidou de mim, e foda-se o resto, eu te amo e não acredito que isso irá passar  até a primavera, então saiba que eu to deixando você ir, pra sempre, ou até sentir minha falta. Você quem sabe, você decide, você que vá viver.

3 comentários:

  1. Ótimo texto, você escreve super bem Luana! Me lembrou um garoto passado que já me causou tristezas, mas é bom que serve como lição para o próximo.

    Vem no Just Babis (:

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá Barbara! Fico feliz com teu comentário, muitíssimo obrigada. Ah, essas lembranças... não é mesmo? Mas o bom de tudo isso é que rendem bons textos. HEHEHE
    Seu blog é lindo, parabéns <3

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